"Nós somos muito amigos de Timor, somos um país irmão de Timor, mas há regras e há limites que têm de ser respeitados. E quando não são, isso tem consequências. Tenho pena, lamento profundamente que tudo aquilo que foi a troca de informação que foi registada antes destas decisões serem tomadas não tivesse sido suficiente para evitar este desfecho. Agora, teremos de viver com ele e teremos de aprender com esses resultados", declarou Pedro Passos Coelho aos jornalistas, durante uma visita a uma empresa portuguesa da área das tecnologias de informação, em Algés. ."Poderemos estar abertos a retomar a cooperação com Timor na área judiciária - que é uma área muito particular e muito sensível - mas para que isso aconteça ainda muita água terá de correr debaixo das pontes, e muita coisa terá de ser reavaliada", concluiu o primeiro-ministro, em reação à decisão de Timor-Leste de expulsar funcionários judiciais, sete portugueses e um cabo-verdiano..De acordo com a edição de hoje do DN, os oito expulsos estão ligados à investigação de vários ministros do executivo timorense por corrupção, numa autêntica operação "mãos limpas" que decorria há cerca de três anos..A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, já havia dito hoje não estarem criadas as condições adequadas para a política de cooperação na área jurídica com Timor-Leste, depois de ter sido decretada a expulsão de juízes portugueses do território. .Hoje, em entrevista à Lusa, o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, garantiu que "não há intenção nenhuma de esfriar as relações com Portugal" e que a decisão "não é contra Portugal nem contra os portugueses".